A resposta é simples. Da mesma forma que você avalia a sua saúde. Ao fazermos um check-up médico, existem três avaliações mais comuns, envolvendo o funcionamento do nosso corpo, logo, como mencionado, o mesmo acontece nas empresas.
Temos a avaliação laboratorial, a qual coleta uma situação de momento, ou melhor, uma foto dos índices envolvendo as taxas sanguíneas. Nas empresas, chamamos esse indicador de Balanço Patrimonial.
A segunda é a cardiológica, a qual avalia o desempenho da nossa vitalidade física, isto é, da nossa performance. No mundo empresarial, a chamamos de Demonstrativo de Resultado do Exercício.
E, por fim, a avaliação respiratória, a qual monitora a nossa capacidade respiratória. Nos negócios, a chamamos de Fluxo de Caixa. Sem ar não há ser humano, assim como, sem caixa não há empresa.
Diante dessa analogia, como se sentiria, vivendo pelo resto de sua vida sem a clareza necessária dessas informações? Discordando dessa situação, então, por que você ainda a aceita com a sua empresa? O nosso corpo geralmente dá sinais perante a negligência de tais informações, demonstrando claramente que algo não está indo bem, e claro, com a empresa não é diferente.
Distintamente da avaliação médica, sabemos que no mundo real da gestão, obter tais informações não é uma tarefa fácil.
"O que preciso acompanhar para saber se o meu negócio está indo bem?"

Então, se gerar lucro é a razão da existência da minha empresa, como posso avaliar a sua saúde, de modo que eu saiba se está indo bem?
Em geral, é normal recebermos três tipos de respostas, dependendo do perfil do empresário. O primeiro tipo é o ideológico, seguido de uma frase inspiradora com um propósito nobre e justo que as pessoas se orgulham do que fazem. Costumeiramente, deparamos-nos com a resposta em um quadro em meio à recepção da empresa. O segundo tipo é a resposta social, um pouco mais clara e direta. Existe para resolver um bom problema cujas pessoas estejam dispostas a pagar por isso. E, por fim, a terceira, mais objetiva e sincera. PARA GERAR LUCRO. À exceção das empresas filantrópicas ou das várias STARTUPS de tecnologia que existem há anos, e que, embora, resolvam um bom problema, apresentam milhões e até mesmo bilhões de prejuízos anualmente, financiadas por pirâmides de fundo de investimentos.
Do meu ponto de vista, todas estão corretas, no entanto, sendo a mais objetiva e sincera, a última será o foco do nosso conteúdo.
Mas, por que é tão difícil extrair com exatidão os indicadores de performance do seu negócio?
Há várias barreiras no caminho e uma das principais é a do conhecimento. Não saber o que analisar ou fazê-la de maneira isolada, são os riscos mais relevantes.
Ainda assim, mesmo rompendo a barreira do conhecimento, normalmente, gasta-se muito tempo para extrair e consolidar todas as informações necessárias, e, por fim, ainda podemos nos deparar com informações imprecisas, gerando mais desconfiança do que clareza.
Mas então, como alcançar um nível ideal de clareza?
Primeiramente, vamos entender a estrutura básica de cada um dos indicadores e para que eles servem.
Balanço Patrimonial
O balanço patrimonial tem como objetivo demonstrar a situação financeira de um negócio por meio do levantamento dos ativos, ou seja, bens mais direitos, deduzidos das obrigações. Em outras palavras, se você liquidar a empresa hoje, quanto ela valeria? Obviamente, sem avaliar as perspectivas futuras de seu negócio.
Demonstrativo do Resultado
Já a DRE tem como objetivo apurar o seu lucro/prejuízo, ou seja, a eficiência da empresa em gerar resultados. Os seus elementos básicos demonstram a estrutura de receitas, custos e despesas do negócio em um determinado período.
Fluxo de caixa
Enfim, o fluxo de caixa refere-se ao movimento de entrada e saída de dinheiro no caixa da empresa durante um período de tempo definido, isto é, tudo que você tem disponível em caixa, mais as previsões de entradas, deduzidas das previsões de saídas.
Uma vez compreendido o objetivo e a estrutura básica de cada análise, agora, entenderemos como se relacionam. A começar pela relação da DRE com o balanço patrimonial, e, em seguida, com o fluxo de caixa.
Basicamente, o ciclo inicia-se com o aporte do investimento inicial, seja ele próprio, provido pelos sócios, ou, adquirido por meio de empréstimos. A partir desse valor, são feitos os investimentos em bens e direitos, como estoques e imobilizados. Logo, quando a empresa está apta a operar, a performance do seu resultado gerará um lucro ou prejuízo, o qual é visualizado na DRE. Esse valor deverá refletir diretamente em seu patrimônio, aumentando quando o resultado for positivo e reduzindo por ocasião contrária. Finalmente, o valor resultante refletirá em seu fluxo de caixa, de acordo com os prazos de recebimento praticados. Portanto, destaco que receita nem tampouco margem são dinheiro em caixa. Então, uma empresa pode ter boas margens, mas não gerar caixa, o contrário também é verdadeiro.